sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Guerra dos Mascates

Foi um conflito entre os senhores de terra de Olinda e os comerciantes de Recife, onde um queria ter mais poder do que o outro.
Recife, que até então era uma cidade que vivia às sombras de Olinda, estava se tornando um importante polo urbano graças ao seu extenso porto e ao estímulo à prática comercial. Durante a estadia dos holandeses, a atual capital pernambucana era o principal centro administrativo, contribuindo para seu gradual crescimento econômico e independência do setor açucareiro de Olinda.

Com a crise do açúcar, os senhores de engenho olindenses pediram empréstimos aos comerciantes de Recife para tentar alavancar novamente a venda do produto. Vendo a economia de sua cidade ir por água abaixo, a Câmara Municipal de Olinda, que via Recife como “povoado”, decidiu elevar o preço dos impostos de seus contribuintes mercadores.

Em 1709, os comerciantes portugueses conhecidos como “mascates” tiram Recife da condição de “povoado” para se torná-lo uma “vila”, dando-lhe direito a ter sua própria Câmara Municipal e tornar-se independente da elite agrária de Olinda. Os olindenses ficaram abalados com a situação, pois temiam ser cobrados pelos empréstimos que pediram.

Dessa forma, a definição das fronteiras dos dois municípios serviu como estopim para o conflito.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar a nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle de sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou, em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José.

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